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A vida exponencializada no pós-pandemia.

Já percebeu como o tempo parece estar correndo mais rápido? Inovações surgem a todo instante e, apesar de todo o nosso esforço, sempre parecemos estar desatualizados. E a loucura do desemprego aumentando mesmo com milhares de vagas em aberto? Então, tenho que te dizer... esse é o novo mundo exponencial. E ele é real e já está consolidado.

Com a intensa digitalização, automação, inteligências artificiais, mineração do big data e outras formas de aceleração do conhecimento, como sociedade, estamos ficando cada vez mais rápidos mas, como seres humanos, estamos nos tornando cada vez mais defasados e frustrados. A antiga percepção de um mundo linear onde você estudava, se formava e trabalhava até se aposentar não existe mais. E se você ainda acredita nisso, sinto lhe informar... esse mundo já se dissolveu. E Bauman previu isso há décadas atrás.

Parece angustiante, né? Ninguém está protegido destas mudanças e nem totalmente à salvo de ser engolido vivo. O fato é que o mundo está mudando de dimensão de forma clara e estamos abandonando o plano físico, de atividades repetitivas e braçais, de uma forma quase que definitiva. Máquinas e inteligências artificiais estão ocupando rapidamente tudo o que fazíamos pela força física com mais qualidade, velocidade e segurança. É por isso que, no novo milênio, o intelecto e a humanização das relações nunca foram tão fundamentais. E salvadores de nossa espécie. Será o ser humano apoiando o próprio ser humano através do conhecimento, empatia e sabedoria. As ciências humanas vão ganhar potência e importância, humanizando tudo que toca a nós, humanos. O que é uma ótima notícia já que a mente nunca se aposenta. Portanto agradeça se sua mente é jovem, independente da idade!

Essa nova dimensão tem tudo a ver com o conceito japonês da sociedade 5.0. Uma dimensão intelectual, com o ser humano colocado como eixo central de toda a inovação e transformação global. Lugar que nunca ocupou em toda a nossa história. E já podemos sentir os ventos da mudança acontecendo com a elite de trabalhadores mais qualificados que podem projetar seus talentos globalmente e absorver todo o conhecimento do universo, de forma instantânea, através da hiperconectividade. Um pequeno grupo de pessoas trabalhando remotamente, vendendo seus talentos em home-office, em coworkings ou mesmo na praia. A pandemia acelerou isso e nos provou que é possível e real. Pela manhã posso prestar uma consultoria para Portugal, atender a uma equipe na Austrália à tarde, estudar numa universidade americana à noite, e ainda ter tempo para ir na academia, à praia, curtir filhos e brincar com meu cachorro. E melhor, com ganho de qualidade nas entregas de meu projetos.

Na nova fase que se inicia, a barreira não é mais física, ela é psicológica ou intelectual. Ou seja, definitivamente o universo é mental, intelectual e filosófico. Mas ainda estamos pensando em espaços físicos para receber clientes que nunca vem ou em equipes pouco ágeis, burocráticas e custosas, que precisam estar sob controle de chefes centralizadores. E é por isso que tantas vagas não são preenchidas. A imensa maioria das pessoas ainda é braçal, mas o braçal está perdendo espaço para a automação. E temos que pensar nisso como um grave problema social planetário. O mundo está rachado em duas castas: uma que recebe propostas diárias de trabalho, que se demite quando forçada ao trabalho presencial e salário digno e outra que passa fome, perde contato com o digital e se distancia da mudança a passos largos. E eles podem se perder para sempre.

Esse assustador e disruptivo mundo novo é, segundo o futurista Ray Kurzweil, o mundo da Singularidade global. Nele, o problema de um se torna um problema para todos. De que adianta você acumular e crescer enquanto outros perdem e sofrem no desespero. Isso amplia o abismo e a violência. Num mundo assim ninguém está seguro. Mas há uma saída pela inclusão, propósito e valores mais universais, onde o conhecimento de um pertence a todos. O novo mundo caminha para o conceito de que todos somos um, e todos devemos nos apoiar no crescimento e inclusão ou implodiremos como sociedade. E depois de rasgado o tecido social só restará a barbárie.

Percebe a relação disso tudo com o sentimento coletivo do pós pandemia? Muita coisa né? E agora, que o primeiro passo foi dado de uma consciência global, será que sairemos do casulo egóico e egoísta onde nos enfiamos? Será que sairemos para um mundo mais colaborativo e sinérgico? Será que sobreviveremos como sociedade? Divido com vocês meus pensamentos e me coloco à disposição para pensarmos nisso.


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